
20 Mai Previna e cure o cancro sozinho
O cancro é responsável por cerca de 13% de todas as causas de morte no mundo, mais de 7 milhões de pessoas morrem anualmente desta doença (International Union Against Cancer – UICC).
A verdade é que “todos somos portadores de células cancerosas, a partir de certa idade. Mas apenas uma pessoa em cada quatro vai morrer de cancro. Qual é o segredo das outras três? As suas defesas naturais, afirma o médico e cientista francês David Servan-Schreiber. E é possível estimularmos essas defesas naturais através do nosso estilo de vida, para prevenir ou lutar contra o cancro”, Jornal Público.
Prevenir ou lutar contra o cancro implica uma mudança do estilo de vida moderno e uma alimentação saudável não é um cliché, é uma condição obrigatória. Segundo o Dr. Lair Ribeiro(1), 95% dos cancros só se desenvolvem em ambientes ácidos, então quando ingere um alimento ou líquido alcalino pode prevenir o cancro ou evitar que se desenvolva.
Como se mede a acidez ou alcalinidade de um alimento ou líquido?
Mede-se através do pH, uma medida físico-química que varia entre 0 (muito ácido) e 14 (muito alcalino), sendo que o neutro é 7. O pH ideal para o nosso organismo, é cerca de 7,4 e o nosso sangue possui um pH natural que varia de 7,35 a 7,45, ou seja, ligeiramente alcalino.
Todas as reações metabólicas que ocorrem no nosso organismo produzem ácidos e o nosso corpo dispõe de mecanismos naturais para neutralizar essa acidez, mas os alimentos alcalinos ajudam, e muito, nesta manutenção ou não fossemos aquilo que comemos.
Mas atenção à forma de medir a alcalinidade dos alimentos. Quase todos os alimentos que ingerimos, depois de serem digeridos, têm a capacidade de formar resíduos ácidos e alcalinos. No entanto, há alimentos que induzem a erro. Devemos medir o pH dos alimentos através do seu efeito no organismo após a digestão, e não através do seu teor de acidez e alcalinidade intrínseca. Por exemplo, os citrinos são fontes de alimentos ácidos que depois de serem sintetizados têm um efeito alcalino; a carne é alcalina quando crua ou cozinhada mas quando digerida torna-se ácida.
No seu livro, O factor pH, Rita Boavida ajuda-nos a perceber ao detalhe a importância de optarmos por uma dieta alcalina, também conhecida como dieta do pH, por forma a potenciarmos o sistema imunitário e protegermos o organismo não só do cancro, mas de um vasto leque de doenças.
Alimentos e líquidos alcalinos vs ácidos
O segredo desta dieta é aumentar o consumo de alimentos alcalinos e reduzir os alimentos ácidos, na proporção de 80/20, respectivamente.
Os alimentos alcalinos são basicamente quase todos os legumes e verduras, em particular as verduras de folha verde: brócolos, espinafre, alfaces, couves, agrião, acelga, dente-de-leão,couve-flor, pepino, abóbora, pimentos, batata-doce, feijão verde, aipo, cenoura, beringela, cebola, alho, rabanetes, algas, rebentos, tomate…
Frutas alcalinas: maçã, damasco, pêssego, abacate, banana, frutos silvestres, morango, melão, limão, melancia, uvas, laranja, pêra, abacaxi, coco fresco, lima, toranja, figo, tangerina, fruta desidratada (passas e ameixas)
Outros alimentos alcalinos: probióticos (iogurte, kefir), mel, amêndoas, sementes, castanhas, tofu, gengibre, curry, canela, mostarda, melaço,
Alimentos ácidos: carnes, peixe e marisco, ovos, leguminosas (feijão e ervilhas, exceto as lentilhas), amendoim, cereais integrais, massas e derivados, alguns produtos lácteos (queijos), café e chás (cafeína), açúcar, refrigerantes e álcool. Aqui também se inclui os doces, os fritos e a comida “fast-food”.
É importante beber muita água para ajudar o organismo a eliminar o excesso de substâncias ácidas. Mas atenção, nem todas as águas são alcalinas ou neutras. Águas tão famosas como, por exemplo, a água Luso, têm um pH de 5,7. Em Portugal temos uma das águas mais alcalinas do mundo, a água de Monchique, que regista um pH de 9,5.
Além da água, pode beber sumos naturais (a maioria são alcalinos) e chás de ervas. O chá de gengibre é especialmente recomendado para combater a acidez.

Photography: Katie Murray
No topo dos promotores de cancro estão, para além do álcool e do tabaco, o açúcar, as farinhas brancas e os alimentos processados. As farinhas brancas quando digeridas transformam-se imediatamente em açúcar. Segundo David Servan-Schreiber, neuropsiquiatra de 49 anos, formado pela Universidade de Pittsburgh, nos EUA, nem o pão integral será a melhor escolha, mas sim um pão multicereais. Ainda assim, o médico aconselha a comer muesli (ou uma mistura de cereais e frutas) com um iogurte biológico ou de soja.
Depois temos os óleos de girassol ou milho, a carne e os produtos derivados de animais criados com rações à base de soja e de milho, em vez de pastagens.
Contra o cancro: nutrição eficiente e mudança de estilos de vida
David Servan-Schreiber, afirma hoje que “a minha saúde é muito melhor do que antes de ter tido cancro”, in Jornal Público. Aos 31 anos, soube que tinha um tumor maligno no cérebro e ultrapassou a doença com uma alteração rigorosa dos seus hábitos alimentares, mas também da sua forma de viver.
Infelizmente o nosso sangue não se torna ácido exclusivamente devido a uma má nutrição. Os estilos de vida que adoptamos em relação ao trabalho, à alimentação e ao consumo em geral, expõem-nos a ambientes agressivos, onde contactamos com agentes químicos que derivam de um processo de industrialização cada vez mais evoluído e enraizado nas sociedades modernas.
Do lado dos contaminantes químicos, podemos contar: pesticidas, conservantes, herbicidas, fungicidas ou inseticidas presentes em muitos alimentos que adquirimos nas grandes superfícies, certos produtos químicos presentes nos perfumes e nos cosméticos (parabenos e ftalatos), o tetracloroetileno (o solvente da limpeza a seco) ou o bisfenol A (BPA), que é libertado pelos plásticos duros quando são expostos a alimentos ou líquidos quentes.
Com um peso não menos importante nesta equação, o stress e ansiedade com que lidamos nas nossas vidas cosmopolitas e aceleradas, que também se traduz no nosso organismo como acidez.
“Também é preciso manter um certo nível de actividade física, pois isso estimula todas as capacidades promotoras da saúde do corpo – e em particular o sistema imunitário e a eliminação pelo organismo das substâncias cancerígenas. Por outro lado, temos de aprender a gerir melhor o nosso stress através de métodos simples de relaxação e de relacionamento com os outros”, explica o neuropsiquiatra.
Repense e reestruture os seus comportamentos e hábitos, previna, e não se arrependerá.
(1)Dr. Lair Ribeiro, médico cardiologista/nutrólogo, autor de 37 (15 best sellers) livros, 25 dos quais são traduzidos para outros idiomas e disponíveis em mais de 40 países, na área de autoconhecimento e 149 trabalhos científicos publicados em revistas médicas americanas indexadas. O Dr. Lair Ribeiro teve a oportunidade de viver 17 anos nos EUA e trabalhar em três universidades americanas – Harvard Medical School, Baylor College of Medicine e Thomas Jefferson University. Além disso, foi diretor médico e diretor executivo da Merck Sharp & Dohme e vice-presidente da Ciba Corporation (hoje Novartis). Atualmente ele trabalha em vários países da América do Sul, Central, do Norte e na Europa ministrando conferências e Workshops sobre desenvolvimento pessoal/profissional, além de realizar cursos para médicos na área de antienvelhecimento e modulação hormonal bioidêntica.