Não importa só ser licenciado, importa sobressair

O estado do desemprego em Portugal leva-nos a refletir sobre o excesso de licenciados, de mestres ou de cursos de especialização, não só na área da medicina dentária, mas em muitas outras.

Conseguimos perceber sem muita dificuldade o fascínio por um diploma, por um título de Dr., pela procura desenfreada por cursos superiores em vez de cursos técnicos, estes últimos com um mercado cada vez mais promissor.

Também conseguimos concluir que uma habilitação académica não garante empregabilidade, nem condições de trabalho equivalentes. “Os jovens licenciados da geração de 70/80 foram os últimos portugueses com emprego garantido nas suas áreas de estudo”, Diário de Notícias.

Aquilo que os números mostram é que o emprego não é garantido pelas instituições de ensino superior e que o escoamento do mercado de trabalho não é proporcional à quantidade de diplomas que todos os anos são atribuídos.

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No caso da medicina dentária, o aumento do número de dentistas nos últimos anos, resultado do aumento das vagas de acesso ao curso, é do conhecimento geral. A consequência mais imediata deste crescimento traduz-se num número desproporcional de profissionais para o número de habitantes, não só em medicina dentária, mas em muitas outras profissões.

Não sabemos o dia de amanhã, mas a realidade atual é esta. Não nos serve de nada deixarmo-nos levar pelo pessimismo, nem atribuir a culpa ao desemprego, ao governo ou às instituições de ensino. Está nas nossas mãos criar oportunidades, ousar, procurar.

Em pleno século XXI não importa só ser licenciado, importa sobressair, importa desconstruir para inovar, importa estar em constante aprendizagem, importa ter experiências no estrangeiro e cruzar culturas, importa arriscar e não ter medo de falhar.

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Estas são as verdadeiras propostas de valor de alguém que pretende construir uma carreira e ser bem sucedido, tendo um curso ou não. Se aceitarmos de forma passiva que tudo está péssimo no mercado de trabalho e que não há oportunidades então assim é que nunca evoluímos.