
28 Mar Redução óssea e colocação de implantes através de guia cirúrgica com carga imediata numa reabilitação total bimaxilar
com Diana de Macedo, Hugo Madeira
Resumo
A colocação de implantes e de prótese total fixa permite a reabilitação de anomalias dentofaciais, com correção do plano oclusal, do perfil facial, da relação intermaxilar dentária, da incompetência labial e do trespasse vertical e horizontal presentes. Através do planeamento digital é possível colocar implantes na posição ideal, desenhando uma guia cirúrgica que possibilita uma abordagem cirúrgica menos invasiva e mais precisa. Neste caso clínico, é descrito o planeamento digital através de guia de redução óssea dentossuportada e guia de implantes osteossuportada que permitiu a reabilitação imediata total bimaxilar de Classe II esquelética.
Palavras-chave: implante dentário, redução óssea, anomalia dentofacial, carga imediata, estética imediata, prótese implantosuportada.
Introdução
As anomalias dentofaciais apresentam consequências graves a nível funcional e estético. Em anomalias esqueléticas severas, o protocolo combinado de tratamento ortodôntico e cirurgia ortognática é a abordagem ideal, atingindo os resultados estéticos, funcionais e a estabilidade desejados (Alsulaimani e cols, 2013). A colocação de implantes e de prótese total fixa permite a reabilitação destes casos, com correção do plano oclusal, do perfil facial, da relação intermaxilar dentária, da incompetência labial e do trespasse vertical e horizontal presentes (Boerrigter e cols, 1997; Kammeyer e cols, 2002; Chipasco e Gatti, 2003; Rutkunas e cols, 2008). Devido ao desenvolvimento e progresso da morfologia e das características de superfície dos implantes dentários, o conceito de carga imediata tornou se uma alternativa aos implantes convencionalmente colocados (Nkenke e Fenner, 2006). De acordo com o Relatório realizado pela Cochrane em 2007, é recomendado que as definições do ITI para a carga implantar sejam modificadas a partir do 2004 Consensus ITI Report que inclui:
• Carga convencional: definida como sendo superior a 2 meses após
a colocação do implante;
• Carga precoce: definida como sendo entre 1 semana e 2 meses
após a colocação do implante;
• Carga imediata: definida como sendo menos de 1 semana após a
colocação do implante.
A colocação de implantes imediatamente pós-extração permite uma alternativa ao protocolo padrão, no qual tem que se aguardar um período de 3 a 6 meses (Adell e cols, 1981). As vantagens associadas com esta abordagem incluem um número reduzido de consultas, menor tempo de tratamento, menos intervenções cirúrgicas e elimina a necessidade de utilização de prótese removível provisória durante o período antes e depois da cicatrização, permitindo adicionalmente um efeito benéfico na estimulação e modelação dos tecidos moles (Esposito e cols, 2010; Drago e Lazzara, 2006; Amorfini e cols, 2011; Mozzati e cols, 2012). Por outro lado, implantes colocados em alvéolos pós-extracionais podem apresentar fatores de risco relacionados com a insuficiente disponibilidade óssea e com a consequente insuficiente estabilidade primária do implante (Ciabattoni e cols, 2017). Segundo Balshi e Wolfinger (1997) e Chaushu e colegas (2001), a taxa de sobrevivência de implantes pós-extração com carga imediata foi de 80% e 82,4%, respetivamente. Um correto posicionamento tridimensional do implante é um dos prérequisitos fundamentais para garantir um resultado funcional e estético favorável, aumentando desta forma a longevidade da reabilitação (Younes, 2018). Após a conclusão do diagnóstico e do planeamento virtual dos implantes, é desenhada uma guia cirúrgica que permite que os implantes sejam colocados na posição exata para cada local, sendo anatomica e proteticamente planeados (Ozan e cols, 2009; Marquardt e cols, 2007; D’haese e cols, 2010; Amorfini e cols, 2011). A cirurgia guiada pode ser especialmente útil em casos de anatomia ou disponibilidade ósseas críticas, em casos com requisitos estéticos superiores ou em cirurgia flapless (D’haese e cols, 2010). A implementação de tecnologia CAD/CAM (desenho assistido por computador/fabricação assistida por computador) na prática clínica diária facilita este processo no sentido em que sobrepõe as imagens radiográficas resultantes da tomografia computorizada e o planeamento tridimensional, permitindo a análise e avaliação digital da posição, comprimento e diâmetro ideais dos implantes.
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